segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ALGUÉM, DE VERDADE, SABE DESENVOLVER UMA BOA ESTRATÉGIA?


“Se você é tão esperto, porque não é rico?” McCloskey 1990.

A estratégia é um conjunto de decisões e ações de posicionamento da organização em seu ambiente e têm o objetivo de conduzi-la de maneira a atingir seus objetivos no tempo determinado, com vistas a conquista de vantagens competitivas (A vantagem competitiva surge do valor que uma empresa cria para os seus compradores, seja por meio de preços inferiores aos da concorrência por benefícios equivalentes ou do fornecimento de benefícios únicos que compensam o preço (PORTER, 1989)), de forma a alcançar o sucesso do empreendimento. Fácil não?

Mas como desenvolver a estratégia? Como foi dito, a estratégia deve ser vista como um processo que tem por alvo a construção ou maximização de uma vantagem ao longo do tempo. No entanto, para que isso aconteça é necessário um grande domínio do ambiente interno e externo da empresa para que as diversas variáveis sejam identificadas, analisadas e tabuladas surgindo como resultado a criação das ações necessárias. Como diz Chandler (1962), a estratégia é a determinação de objetivos básicos e de longo prazo de uma empresa; e a adoção de ações e alocação de recursos necessários para atingir esses objetivos.

Ora, as empresas para operarem necessitam de insumos: capital, instalações, máquinas e pessoas – ambiente interno - trabalhando no intuito de atender uma necessidade vislumbrada no mercado – ambiente externo.

Com relação ao ambiente interno, a estratégia deve estar relacionada a maneira de utilizar adequadamente os recursos humanos, físicos e financeiros, tendo em vista a minimização dos problemas e a maximização das oportunidades. No plano interno, a otimização na utilização desses recursos já se apresenta como um grande desafio na medida em que os processos internos precisam ser equacionados obedecendo às variáveis de demanda externa dos recursos existentes. Um exemplo disso é como posicionar estes recursos nas fases de “pico” e “vale” da demanda dos bens e serviços. Isto já se constitui em enorme quebra-cabeça para a gestão. O contratar e demitir, terceirizar ou vender ativos, pode sinalizar como sintoma de condução inadequada ou de estratégia mal formulada anteriormente.

No plano externo, as condições ambientais sofrem mutações constantes e é caracterizado por intensa competição, dificuldades econômicas, mudanças tecnológicas, incertezas sobre políticas governamentais e outros fatores. Esses agentes operam no mercado interferindo na sistemática das necessidades, de maneira que essa interação com o ambiente torna-se emblemático para o sucesso. O correto mapeamento e entendimento das necessidades a serem atendidas e dos objetivos a serem alcançados, bem como das capacidades internas de se posicionar para atender essas necessidades, também se constitui em desafio para a gestão formular estratégia que logre êxito.

Pode-se dizer, portanto, que desenvolver uma estratégia que busque uma vantagem competitiva sobre os concorrentes, seja em pontos que a concorrência com rapidez não possa copiar e ao mesmo tempo, diminuir a diferença das vantagens atuais que porventura exista; entender quais são as fontes principais de vantagens e como elas são sustentadas ou desabam é uma tarefa sobremaneira complexa exigindo competência, e porque não dizer também sorte.

Referencial Teórico

CHANDLER, A. D. Jr. Strategy and structure: chapters in the history of the industrial enterprise. Cambridge, MA: The MIT Press, 1962.

DAY, G.; REIBSTEIN, D. (Orgs.). A dinâmica da estratégia competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

GHEMAWAT, Pankaj. A estratégia e o cenário dos negócios: textos e casos. Porto Alegre: Bookman, 2002.

PORTER, M. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias e da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

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